No mês de maio Paraty explode em comemorações. Na maior festa da cidade, o povo mostra sua fé e pede graças. Nas procissões, nas barracas de comes e bebes, por toda parte, as pessoas levam adiante uma tradição que se transmite há muitas gerações. No mês de maio Paraty explode em comemorações. Na maior festa da cidade, o povo mostra sua fé e pede graças. Nas procissões, nas barracas de comes e bebes, por toda parte, as pessoas levam adiante uma tradição que se transmite há muitas gerações.A festa do Divino Espírito Santo, realizada no dia de Pentecostes, homenageia a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, fonte de amor e sabedoria. Por isso a cor vermelha domina a comemoração, e uma pomba branca simboliza o Divino. Na festa, que dura dez dias, acontecem celebrações religiosas (como ladainhas, procissões e missas), distribuição de comida, carne, vinho e doces aos presentes. Para que a festa aconteça todos os anos, com seu lado religioso e profano é preciso muito trabalho e dedicação. Um festeiro conta com o apoio da comissão e do povo. Quem é o senhor festeiro? Para ser festeiro é preciso escrever uma carta ao padre, pedindo para assumir a festa no ano seguinte.Só se sabe o nome do festeiro do próximo ano no último dia da festa.O trabalho do festeiro do ano seguinte começa no domingo depois da festa. No final da missa ele “arreia” o mastro, e ao lado do povo o carrega pelas ruas da cidade, e depois o guarda na Igreja da Matriz.Após a missa da Ressurreição o mastro é erguido novamente, tendo o acompanhamento da Banda Santa Cecília, da Folia do Divino e de uma explosão de fogos de artifício. Como acontece a festa
As comemorações do Divino Espírito Santo começam nove dias antes do Domingo de Pentecostes, na igreja da Matriz. A cada dia da semana da festa , a banda, a folia e o povo saem da casa do festeiro com a Bandeira Mestra. De lá seguem para casa de outro devoto (que representa um bairro ou uma classe). Dessa casa sai a Bandeira da Promessa - que tem muitos bilhetes e fotos com pedidos ao Divino - e ainda muitos fiéis com bandeiras vermelhas e brancas acompanham o cortejo até a Igreja da Matriz onde acontece a missa ou ladainha. Depois da celebração a procissão volta para casa de um outro devoto onde é deixada a Bandeira da Promessa e o grupo continua a acompanhar o festeiro e a Bandeira Mestra até a casa dele.Durante a semana da festa, depois das celebrações religiosas todos os dias a cidade se transforma. Alguns eventos como gincana, apresentação de bandas musicais e show de calouros animam a pequena Paraty. O último fim de semana da festa reserva muitas surpresas. A primeira delas é a alvorada de foguetes , acompanhada pela Banda Santa Cecília, Folia do Divino e pela Fanfarra.Ainda pela manhã a banda e a fanfarra saem pedindo esmolas e voltam para a casa do festeiro onde muita carne é distribuída ao povo. Na ocasião todas as bandeiras da promessa são levadas para a casa do festeiro que é aberta ao povo. Sobre um altar em exposição sobre uma salva de prata, a coroa e o bastão do Imperador do Divino.Ao meio dia, um dos momentos mais esperados da festa: a distribuição de comida e bebida ao povo. O cardápio quase sempre é arroz, farofa de feijão, macarrão, maionese, carne de boi e de frango. O chope e o refrigerante também são distribuídos de graça. Filas de mais de 100 metros se formam. Pessoas de todos os lugares vêm provar a comida.Na noite de sábado acontece a última ladainha e missa e logo depois, é coroado o Imperador do Divino: um garoto da comunidade vestido de roupas de época. O Imperador recebe um cetro e uma coroa de prata. Da missa o Imperador, os vassalos e guardas de honra seguem para a frente da igreja, onde está montado um luxuoso palanque. Ali o Imperador recebe as homenagens, como apresentações de Ciranda, Marrra-Paiá, Dança das Fitas, dos Velhos e outras. A banda Santa Cecília também toca enquanto um leilão arremata barquinhos, gaiolas de taquara, doces caseiros, peças de artesanato, bebidas e aves doadas como promessa. Também se apresentam o Boi, Cavalinho e a Miota, que depois saem pelas ruas brincando com a criançada. Um tocador de caixa acompanha as figuras.
Paralelo a programação religiosa eventos festivos também são promovidos, como barraquinhas de comida e bebida e shows musicais e de calouros Domingo da Festa
A alvorada musical desperta os paratienses para mais um dia de comemorações.Bem cedo o povo se reúne na casa do festeiro, de onde sai o cortejo formado pelo Imperador, vassalos, guardas de honra, o festeiro e a Bandeira Mestra, e os paratynet devotos com suas Bandeiras da Promessa. Depois de darem uma volta pela cidade eles seguem para a igreja da Matriz, onde é concelebrada uma missa (pelo bispo da diocese). Folhas de canela colocadas no chão perfumam o ambiente.Depois da missa o Imperador acompanhado pelo grupo citado acima sai da igreja e assiste o “marra-paiá” vindo de Cunha e segue para a antiga cadeia, onde simbolicamente liberta um preso. A tarde na casa do festeiro as crianças ganham doces e brincam de pau-de-sebo, leitão ensebado e gato no pote.A última procissão acontece a tardinha e logo depois o festeiro velho passa a bandeira para o festeiro novo. A folia acompanha a passagem com versos e música: É o sinhô festeiro velho, o sinhô tem bom coraçãoPassa pro festeiro novo, faz a entrega do fitão.Eu já vi que o sinhô é um bom companheiroPassa pro festeiro novo, faz a entrega da bandeiraEle é o meu amigo, jovem, vós é imperadorPassa pro festeiro novo, faz a entrega da coroaEle já entregou a coroa, nessamesma ocasiãoEntrega pro festeiro novo, faz aentrega do bastãoToca o sino da igreja, nasaltura canta o galoPassa pro festeiro novo, ocapacete do vassaloO nosso festeiro velho, jácumpriu sua missãoEle já fez a sua festa, era de suaobrigaçãoO nosso festeiro novo, ele tá de parabénsTá com o Divino na sua casa,Até o ano que vemE todos os dois são amigos, etambém são companheirosE uma sarva de palma, que é prasarvá os dois festeiro O último leilão de prendas acontece na praça. As homenagens ao Divino Espírito Santo que apareceu aos apóstolos de Cristo cinqüenta dias depois da Ressurreição, assumindo a forma de pomba, vem chegando ao fim. A festa é encerrada com o céu cheio de luz: fogos de artifício estouram, anunciando a esperança em repetir no ano seguinte essa divina tradição.
Senhor festeiro o meu boi morreu Vou dividir o boi com uns amigos meus
E a cabeça inteira?É da senhora festeira?E a carne do pescoço?É do senhor seu moçoE o acém?É do senhor BelémE o mocotó da mão?É do senhor seu JoãoE o filé mignon?É do dom JoãoE o alcatra?É da dona MulataE o patinhoE do Hiltinho
E a passarinha?É da dona FilinhaE o bofe e a buchada?É da criançadaE o fígado e o rim?É do senhor TuimE o coração?É do padre JoãoE a rabada?É da rapaziadaE o couro inteiro?É do senhor festeiroE o chifre de quem é ?É do amigo que quiser.E essa glória de quem é?É do João Pirrié. Em toda a festa é certa a vinda dos dançadores do marrá-paiá de Cunha. O grupo forma uma confraria que cultua um santo que é paradigma de dedicação e trabalho: São Benedito. A companhia é formada por cerca de trinta pessoas entre rei, rainha, mestre, contramestre, general, capitão general, inspetor e diretor. A dança simula uma luta, onde homens enfileirados um de frente para o outro, cruzam os bastões que se chocam. Às vezes os colocam no chão formando desenhos sobre os quais dançam. Improvisam versos ao som de viola, pandeiro, sanfona e cavaquinho. Além deles, ouve-se o som dos paiás - espécie de guizo amarrado na canela dos participantes - daí o nome da dança (a)marrá paiá.A dança dos velhos é dançada por jovens fantasiados como pessoas idosas. A banda toca dividindo a dança em três partes: marcha, allegro e fadinho.
"De casa em casa o grupo parava e entoava versos de saudação" O que é a Folia do Divino?
Antigamente o festeiro contratava a Folia do Divino - um grupo de cantadores que além de tocar durante os festejos percorria o município, pedindo dinheiro para fazer a festa. O trabalho começava no mês de agosto do ano anterior. Os foliões seguiam por estradas estreitas, e de canoa pelo mar. Carregavam seus instrumentos, a alegria do canto e da música e buscavam oferendas para o Divino Espírito Santo. De casa em casa o grupo parava e entoava versos de saudação: Deus lhe dê muito boa tardeAos devoto moradôQue veio lhe visitáeste Divino sinhô.A pombinha vem voandoNo bico traz uma frôVem dizendo, viva, vivaViva esse nobre sinhô
Quando a folia se deslocava a lugares de difícil acesso e pedia pouso, aí cantava: Divino Espírito SantoÉ um sinhô de salvaçãoele pede uma agasaioPra ele e seus folião Para pedir a esmola mais versos eram cantados Este meu nobre sinhôÉ nobre por geraçãoQueira dar uma esmolinhaPra ganhar a salvação.Meu pretinho do RosárioIrmão de são BeneditoDê uma esmola pro DivinoQue os da casa fica rico.
A maioria dos foliões viviam do canto por que o total arrecadado pelo grupo era dividido entre eles e os festeiros. Era costume do povo ajudar e quem não tinha dinheiro doava leitão, galinha e até bezerroHá cerca de 8 anos a tradição da folia pedir esmola para festa meses antes, acabou. Hoje em dia a importante participação do grupo acontece durante todos os dias da festa. Já a esmola só é pedida no sábado, último dia da novena, quando a banda e os foliões saem em bando precatório pelas ruas da cidade. Mas atualmente a maioria da verba para a Festa do Divino vem de leilões, bingos, rifas e festas organizadas pelo festeiro e sua comissão durante todo ano.
Bem vindos a Paraty
Vamos aproveitar esta oportunidade para simular uma visita a Paraty. Aqui estão algumas praias e ilhas de nossa baía por onde fazemos ótimos passeios. Veja as maravilhas que temos para desfrutar aqui, sem contar nas dezenas de cachoeiras e o Centro Histórico com casarões antigos e suas ruas cobertas de pedras desde a época dos escravos.
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