|  | | No calendário anual em Paraty há festividades em todas as estações do ano, nos principais dias realizam-se danças folclóricas e folguedos populares, observam-se procissões terrestres e marítimas. Muitas são as danças típicas de Paraty, destacando-se entre elas a Ciranda. Tanto em Paraty, com em Portugal, de onde veio, é dança de adulto e canto de roda. Dança-se Ciranda com música de viola e versos em grande roda, na qual o cavalheiro pede a dama de frente, e troca de dama duas vezes durante a dança com as clássicas expressões " anavam" , " changé " , "anarriê ", aportuguesando as vozes francesas de comando. | | Xiba Cateretê. | | A expressão xiba é genérica, designa qualquer baile de roça, "puxado a viola. Para a dança de Xiba, usam-se tamancos especiais "de laranjeira com tiras de couro de cabrito com o pêlo para dentro, para não ferir o pe no sapateado". Quem sapateia, batendo em ritmo vigoroso os tamancos contra o chão, são sempre os cavalheiros, "mas nada impede que a dama também o faça. É uma dança difícil, bonita e exaustiva , antigamente seguia noite adentro terminando ao nascer do dia. | | Ciranda |
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| Genericamente, significa qualquer baile a viola na cidade ou na roça. No entanto, em sentido específico é uma dança de adulto, citadina, composta de canto de roda, marcado pelos versos de um mestre, ao velho estilo das quadrilhas ( tanto em Paraty como em Portugal ). As ordens podem ser dadas em português - “vamos dar a meia-volta; cavalheiro, adiante, trocar o par” - ou em francês aportuguesado - “anavan”( en avant ) , “changê”, “anarriê”( en arrière ). Quando o cantador grita “trocar de par” ou “mesmo par”, sempre ocorre grande confusão, sobrando cavalheiros e às vezes damas, permitindo que novas pessoas entrem na roda. | | Cana Verde de Mão | | É uma dança de origem portuguesa que adquiriu no Brasil características próprias que a tornaram diferentes da caninha-verde de Portugual. Em Paraty há dois tipos de cana verde. A valsada de par e a marcada. Do ponto de vista musical pouco difere, a diferença está no modo de dançar. | | Caranguejo de Mão | | È uma dança de roda, em que participam ambos os sexo, sem número fixo de pessoas, em salões ou terreiro das casas. O violeiro anuncia que vai tocar o Caranguejo e pára somente quando quer. È formada a por uma grande roda com cavalheiros e damas de mão dadas. |
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| Marafa |
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| É a dança de rodas em que as damas se colocam em frente aos cavalheiros, com os tocadores ao centro do circulo. A música da Marrafa e particularmente alegre. O cantador intercala sempre nas quadrilhas a expressão "oi quebra na marrafa", momento em que os homens dão um passo à direita, para balancear à frente da dama seguinte. |
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| Tira o Chapéu |
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| Nesta dança, os grupos se formam em dois círculos concêntricos, defrontando-se: damas por dentro e cavalheiros por fora. Cada dama traz na cabeça o chapéu de seu par. Os dançarinos dão dois passos arrastados para a esquerda e dois para a direita, repetindo-os duas vezes. Na primeira parte do estribilho, as dama cumprimentam os cavalheiros, tirando e tornando a tirar o chapéu. Na segunda parte, os pares enlaçados balanceiam, dando uma volta. A dama retorna ao mesmo lugar, enquanto o cavalheiro progride para a direita até colocar-se à frente da dama seguinte. A dança continua até que as damas tenham novamente como par os donos dos chapéus que trazem à cabeça. | | Dança da Fita | | Em Paraty, essa dança é executada por crianças - distribuídas em onze pares - e é dividida, basicamente, em três partes distintas. A primeira consiste na entrada dos dançarinos, que ingressam no salão levando um mastro sobre os ombros; dele, pendem vinte e duas fitas coloridas. O mastro é colocado de pé, no meio do salão, e as crianças ficam ao seu redor, segurando as pontas das fitas. A segunda parte tem lugar quando os meninos passam a circular, dançando, num determinado sentido, enquanto as meninas dançam no sentido inverso, tantas vezes quanto necessário para que se destrancem as fitas em torno do mastro. Ainda nesta segunda parte, as crianças repetem a dança no sentido inverso, tantas vezes quanto necessário para que se destrancem as fitas. Quando elas estão totalmente livres é executada a terceira parte: repete-se a música de entrada e os dançarinos saem conduzindo o mastro. | | Dança dos Velhos |
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| Em Paraty, é apresentada na mesma época em que se realizam as festas do Divino e de Nª Sª do Rosário e São Benedito. É protagonizada por rapazes e moças fantasiados de velhos, com perucas de algodão, barbas e bigodes, enquanto as moças vestem saias compridas e bata franzida, todos apoiados em bastões. A melodia consta de três partes: marcha, allegro, e fadinho. Durante a marcha, “velhos”e “velhas”, em coluna de dois, cunprimentam-se enquanto avançam, “trôpegos”, marcando o tempo com fortes batidas de bastão. Fazem-se diversas mudanças de posição com repetidas meias-voltas. Na marcha, acontece igualmente o “garranché”, que termina com um contra-marcha: os pares avançam e recuam com passos miúdos, ligeiros, conforme o compasso da música. O fadinho é mais lento que o alegro. Os “velhos” apoiam-se novamente nos bastões, trocando passos para a direita e para a esquerda, repetindo-se a contra-marcha e as meias-voltas. A dança termina com a repetição da primeira parte: a marcha. |
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| Marra Paiá |
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| Em Paraty, chama-se marra-paiá o Grupo de Moçambique, certamente em conseqüência da associação com os guizos ou “paias”, atados com cintas de couro às pernas dos dançadores. Ë velho costume da cidade a vinda desses grupos de dançarinos de Cunha para as festas do Divino e de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. O Moçambique é originário de um dança de escravos, em louvação a São Benedito, considerado um paradigma de humildade e dedicação ao trabalho. Os “paiás” são acessórios formados por um conjunto de três ou quatro guizos de bronze, cada um com um timbre. Cada grupo possui um estandarte benzido pelo padre. No pano é pintada a efígie de São Benedito e é escrito o nome da Confraria ou da Companhia. Cada grupo tem, além do rei e da rainha, um mestre e um contramestre - que cantam de improviso -, o capitão-geral e o diretor. Uma Companhia é geralmente composta de 40 integrantes, contando com dois sanfoneiros, dois cavaquinhos, dois violeiros-pares e um pandeiro. A Companhia também é chamada de “congada Moçambique”, folguedo de origem afro-brasileira, com resíduos da cultura negra de Angola e do Congo. É uma reminiscência da antiga coroação dos “Reis do Congo”, no Brasil, e consta de coreografias de manobras guerreiras, sendo que, no Moçambique, destaca-se o uso de bastões que se entrechocam e que, em outras vezes, são colocados no chão, formando desenhos sobre os quais os moçambiqueiros dançam. Sua ocorrência coincide com as festas do Divino. |
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