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Paraty é sinônimo de pinga, afinal a fama de boa qualidade da sua pinga já rodou o mundo e foi premiada por conta da Azuladinha, uma das mais famosas da terra que leva folha de tangerina, o que dá sabor especial ao líquido e o deixa com uma cor também especial. | |
A História da Pinga em Paraty | |
No século XVIII a cidade chegou a ter mais de 200 engenhos e casas de moenda. Ainda hoje cinco engenhos de famílias tradicionais de Paraty continuam fabricando a mesma pinga de duzentos anos atrás. A bebida feita na cidade ainda preserva todas as características artesanais. Dorna de carvalho, fogo à lenha e fogões de cobre continuam garantindo a qualidade e a delícia da pinga produzida na terra. Você está convidado a provar deste que é um dos maiores tesouros de Paraty. | |
Como a Cana de Açúcar Chegou ao Brasil. | |
As primeiras mudas de cana-de-açúcar chegaram ao Brasil em 1526, vindas da Ilha da Madeira e na Capitania de São Vicente, de Martim Afonso de Souza se instalaram os primeiros engenhos no Brasil: o Madre de Deus, de Pero Góes em 1533 e o dos Adornos, no ano seguinte. Porém, o mais importante engenho foi o chamado ”do Governador”, de propriedade do comerciante Erasmus Schetz, mais tarde conhecido como Engenho de São Jorge dos Erasmos, que data de 1541. Sabendo-se que o povoamento da região de Paraty foi feito por vicentinos ainda nos meados do Século XVI, é de se acreditar que, nesta mesma época, tenha sido aqui plantadas mudas da cana-de-açúcar e o primeiro engenho. No Brasil, além de produzir açúcar de cana, os engenhos passaram a fabricar uma bebida feita da borra do sumo da cana, considerada de qualidade inferior, e usada para os animais e para os escravos. Recebeu esta bebida, conforme informam os cronistas da época, o nome de cachaça. Acreditam alguns pesquisadores que este nome seja uma derivação de ”cachaza”, que significa vinho de borra. De qualidade inferior, como a bagaceira, produzido e bebido em Portugal e Espanha. E então, conhecida como ”agoa ardente”, ou seja, aguardente. | |
Diferença da Pinga e da Cachaça.. | |
Mas, existe uma grande diferença entre a cachaça e a pinga. A primeira é destilada a partir da borra ou melaço da cana, ou seja, das sobras da fabricação do açúcar; a segunda, a pinga, é fabricada a partir da garapa, do caldo de cana fermentado e destilado, depois da fervura e evaporação, que ”pinga” na bica do alambique. Em Paraty nunca se fabricou cachaça e sim pinga! Aqui, segundo Jose Matoso Maia Forte, no século XVIII existiam 100 alambiques de pinga e 7 de produção de açúcar. | |
A História da Pinga em Paraty. | |
A história de Paraty pode ser contada através de seus ciclos econômicos. São eles: o ciclo de povoamento do interior do país, o ciclo da cana-de-açúcar, o ciclo do ouro, o do café e o ciclo do turismo. Mas o movimento do porto e a produção de aguardente, são constantes desde o Século XVII até o final do XIX. Da pujança de seus engenhos fez-se a história e o progresso desta cidade e de sua gente. | |
O Reconhecimento da Qualidade da Pinga de Paraty. | |
Tão boa era a qualidade da pinga aqui produzida que o Ouvidor Geral, José Antonio Valente, nas Providências Administrativas, de 1805, informa: | |
”Na agoa ardente tem progresso, e sobre tudo na feitoria que lhe assegura de augmento sete mil réis em pipa sobre as demais. Os chímicos talvez descubram, examinando o causal da melhoria, se do terreno, das agoas ou das lenhas ela provém. Deve regular a duas mil e seiscentas pipas por afino, e faz este artigo, 151.200$ . Esta resulta de produção calculada”. | |
Isto corresponde aproximadamente a 1.232.000 litros! A qualidade da pinga paratiense era tanta que não a usavam para ser trocada por escravos na África, mas sim exportada para Portugal e de lá reexportada para a França e o resto da Europa. | |
A Pinga Medalha de Ouro. | |
Em 1908, na Exposição Industrial e Comercial do Rio de Janeiro, a cidade recebeu a Medalha de Ouro com a Pinga Azuladinha, a famosa ”azulada do Peroca”. | |
Paraty Contada em Versos e Prosas. | |
E a fama de Paraty é tanta, que é cantada em verso e prosa. Bem conhecido é o samba Camisa Listrada, de Assis Valente, composto em 1937 e imortalizado na voz de Carmem Miranda: | |
”Vestiu uma camisa listada e saiu por aí. Em vez de tomar chá com torrada Ele bebeu Paraty". | |
Menos conhecida, porém muito significativo é o texto que o Teatrólogo Dias Gomes diz, através de um dos personagens da peça O Pagador de Promessas: | |
”Bom dia, Galego amigo! Dia assim eu nunca vi, Para saudar Iansã, Não repare eu lhe pedi: Me empreste por obséquio dois dedos de parati. ” Célebre é a trova que diz: ”Farinha de Suruí, Fumo de Baependí E cachaça de Paraty: E só comê, pitá, bebê e caí.” Da nobreza e qualidade de nossa pinga bem atestam as relações de compras do palácio imperial de São Cristóvão, nas quais sempre constavam muitos litros de paraty. | |
Bem vindos a Paraty
Vamos aproveitar esta oportunidade para simular uma visita a Paraty. Aqui estão algumas praias e ilhas de nossa baía por onde fazemos ótimos passeios. Veja as maravilhas que temos para desfrutar aqui, sem contar nas dezenas de cachoeiras e o Centro Histórico com casarões antigos e suas ruas cobertas de pedras desde a época dos escravos.
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quarta-feira, 19 de maio de 2010
A PINGA PARATIENSE
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