Os retalhos de tecido são aproveitados pelas mulheres que deles fazem colchas para as camas, tapetes ou bonecas para as crianças brincarem. A forma mais comum de se trabalhar com retalhos e pregando-os, um a um, sobre saco de trigo, ou linhagem, desfiado, mas podem também ser costurados diretamente um no outro, colocando-se um forro no trabalho pronto. Os retalhos são cortados em quadra- dos, triângulos, losangos ou outra forma qualquer que a pessoa inventar. 0 saco é alvejado, emendado, desfiado, tudo medido na fita métrica e então vai-se pregando os retalhos. Uma colcha de casal chega a precisar de 700 retalhos. E uma atividade trabalhosa, em que a mulher pode fazer entre um serviço domestico e outro. Também e comum a confecção de bonecas de pano, recheadas com aparas de pano, o rosto pintado ou bordado. São ambas atividades bastante antigas na região, aprendidas com as mães, avos e tias, quando ainda moravam na área rural. E mais um aspecto onde se pode perceber como o isolamento em que viviam os habitantes da região levou-os a desenvolver atividades que suprissem a maioria de suas necessidades. Em crochê fazem-se almofadas, cortinas, tapetes, toalhas, colchas, roupas e qualquer outra coisa que a artesã invente, e os bordados são usados para ornamentar varias peças de uso domestico como toalhas, fronhas, lençóis. Com a intensificação da migração em direção ao centro urbano e com o crescimento do comercio local nos últimos anos, um maior numero de mulheres tem se dedicado a confecção de artigos de crochê como forma de complementação do orçamento familiar. Assim, esse trabalho, que não tem uma raiz tipicamente regional, já começa a incorporar-se na cultura do local. Ao entrar em contato com a sociedade moderna e ao integrar-se a ela, esta população traz consigo todo um saber que deve ser preservado e incorporado enquanto for uma forma eficiente e harmoniosa do homem relacionar-se com o meio ambiente e com os paratynet homens, satisfazendo as suas necessidades e não esgotando os recursos naturais. Casa da Farinha |  | | |
CASA DA FARINHA |  |  | | A mandioca e planta que se difundiu por toda a zona tropical da África e América, de onde e nativa, tendo sido domesticada provavelmente no Brasil.
Nos primeiros tempos da colonização, os portugueses encontraram-na como um dos principais cultivos dos indígenas.
Durante toda a fase colonial ela foi da maior importância na dieta alimentar, não se registrando, ate nossos dias, transformações significativas referentes a maneira como e cultivada e transformada em alimento. | | A produção de farinha no estado do Rio de Janeiro predominantemente artesanal, fazendo uso da tradicional casa de farinha, onde se encontra todo o equipamento necessário ao processamento da mandioca. Nas roças de subsistência da população rural plantam-se as duas variedades de mandioca – a doce (também chamada aipim) e a brava. A farinha produzida e quase que inteiramente pro gasto", isto é, para consumo da família, sendo vendida somente quando a quantidade produzida excede as necessidades de consumo próprio. As "ramas" de mandioca são plantadas de junho a setembro, brotam em 20 dias e levando um ano para alcançar o ponto ideal de colheita. As raízes são então arrancadas e transportadas em grandes cestos ate a casa de farinha. Portanto, o processamento da mandioca neste local e uma etapa de um processo mais amplo, que tem inicio no cultivo da planta. Na casa de farinha as raízes são lavadas, descascadas e raladas na cevadeira (também chamada ralador, raladora ou rodinha), peça cilíndrica provida de laminas e ligada a uma roda. A cevadeira e acionada por uma manivela ou movida a burro. Quando não se dispõe de urna cevadeira, as raízes são picadas em pedaços pequenos pelas mulheres, crianças e empregados. A massa ralada e depositada nos "tapitis" – cestos de taquara – colocados sobre a base da prensa em uma escavação com o mesmo formato e diâmetro do cesto, para que ele caiba exatamente naquele local, chamado "queijo". 0 fuso e girado para descer com seu peso sobre o "tapiti", amassando-o. 0 tecido flexível de taquara do "tapiti" se distende deixando passar o suco tóxico da mandioca brava Uma vez retirado este suco pela prensagem, a massa pode ser torrada e consumida sem risco. Antes, porem, a massa e peneirada ate que se obtenha a consistência e uniformidade ideais para a farinha, o que e feito em peneiras de taquara trançada. A torrefação, ultima etapa da preparação da farinha, e feita em tachos sobre um forno de barro, onde mexe-se constantemente o conteúdo com um "rodo" de madeira ou com "facas". Alem da farinha, faz-se também na casa de farinha o polvilho para beijus e bolos. | |
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